terça-feira, 27 de maio de 2008

I am an IRONMAN !!!!



Deu trabalho mas consegui! Foi abaixo das expectativas, mas foi de cabeça erguida e com um gostinho de "em 2009 vou arrebentar!".

Foi tudo bem comigo, corri a maratona toda pois apesar do ritmo louco que comecei e o ritmo fraco que terminei, não andei por cansaço ou desespero, apenas caminhei pra comer e beber sem me afogar...

Tive uma penalidade "por vácuo" que não existiu, mas cumpri os 5 minutos parados no box antes de pegar minha sacola de corrida.

mas segundo os mais experientes, foi um dia difícil, com corrente marítima contra e vento forte na segunda volta do ciclismo, mas o tempo estava bom e garantiu a todos uma maratona tranquila.

Não cheguei a me emocionar tanto como pensei, mas meu coração ficou cheio de alegria ao cruzar a linha de chegada com a Karol e o Luca, foi demais!

A todos que me acompanharam on-line, Márcia, Billy, André e Demian, valeu a força!

Quero dizer que mantenho minha palavra do primeiro post e assumo meus erros por não ter feito 11 horas, pois fui negligente com o treino de natação e troquei de bike muito próximo da prova, mas corri com o coração e não me arrependo de nada. Faria tudo novamente.

Fica então essa meta para 2009, 11 horas ou em Floripa em maio ou no Arizona mais no final do ano, ou nas duas, quem sabe...


Ps.: A foto da chegada expressa todo amor e gratidão que sinto pela Karol, que divide comigo o amor pelo triathlon, está sempre a meu lado e me deu um filho lindo.

Ká, foi pra você.


sábado, 10 de maio de 2008

Chegou o momento...

Como vocês perceberam, os posts foram ficando bem mais espaçados do que no começo, certo?!

Nunca disse que seria fácil essa jornada pro Ironman Brasil 2008 e o resultado está aí. Dias e dias sem escrever uma linha, apesar da infinidade de coisas que tenho pra falar que acontecem nos treinos e até nos treinos que não faço! Cada dia tem uma perspectiva diferente quando a gente leva o corpo a esse grau de exigência, pois não é só o corpo que sente, a mente e o espírito também.

Já falei da minha teoria a respeito dos momentos finais de uma prova de longa distância?

Pois bem, tenho esperimentado muita coisa nesses últimos meses, sensações que me fazem refletir a vida de vários pontos de vista. Mas a teoria que venho formulando nessa minha cabeça oca durante os treinos longos se baseia na fragilidade que ficamos no pico da exaustão dos treinos de mais de 5 horas e nas provas longas como o Ironman.

Pense no seu corpo como um recipiente que guarda sua alma, seu espírito. Pois bem, a força que temos, a razão, crenças e tudo mais, mantêm nosso espírito dentro do corpo como o ar dentro do balão ou a água dentro da garrafa e tudo está em ordem.

Porém, se esse balão ou essa garrafa forem expostos a desgastes e ficarem enfraquecidos, o que está dentro começa a sair aos poucos, e em tese, é isso que eu acho.

Quando nosso corpo está no final das forças e que estamos alí naquela estrada apenas pela força do coração, a fragilidade da nosso corpo deixa que o espírito transpasse osso, carne, gordura, pele ou qualquer outro tecido orgânico e chegue, como se diz, à flor da pele.

Nesse momento, pensamentos, rostos, lembranças, ambições, orgulho e um monte de outras coisas nos fazem chorar como crianças, sobretudo, no final. Ainda não terminei o Ironman, mas acredito que isso vá acontecer, pois hoje, a 4 dias da prova, já sinto um pouco disso.

Apesar da presença do Jack me trazer muitas dessas sensações, não atribuo isso a ele, aliás, acho que até ele está tremendo por dentro.

Tenho muita coisa pra falar, infelizmente não deu pra ser consistente com os posts, mas eu tinha que ser consistente com meus treinos, e isso estou sendo, hoje é quata-feira da semana da prova e vou fazer meu último treino, 1 hora de pedal seguida de 1 hora de corrida, bem calmo, só pra soltar...

Estou levando comigo as razões da minha vida, minha mulher Karol e meu filho Luca. Sei que eles estarão lá no final assim como sempre estiveram... Sei também que minha irmã Márcia estará lá de longe torcendo por mim, ela e meu cunhado Billy. Isso é muito importante, pois ninguém na minha família deu tanta importância a isso como eles.

Levo comigo também, Jesus Cristo, meu Deus, que me dá forças e sentido a minha vida e uma pequena imagem de Nossa Senhora de Aparecida que a Karol me deu e que me acompanha sempre que saio na estrada.

Espero poder, no próximo post, trazer boas notícias de Florianópolis...

Um abraço a todos e até lá.