segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A luta continua...

Quando entrei nesse negócio de fazer triathlon éramos bem amadores. Claro que continuamos sendo mas, com tudo o que empregamos de recursos, tanto financeiros como nosso tempo e estudo para atingir mais e mais resultados, fica difícil chamar isso de amador. Afinal, dedicar 15 horas da semana ou as vezes mais, é um esforço considerável e isso faz do triathlon um esporte, pra mim é claro, amador mas que necessita de um alto grau de "profissionalismo".
Tenho falhado nessa parte e é aí que o Jack ataca. As vezes tenho vontade de atropelar o desgraçado, passar com o carro por cima, mas fica difícil acerta-lo quando ele vive tão perto de mim, dividindo meus dias, noites e até meus sonhos. O maldito usa de todo tipo de artifício pra me acertar, e como me conhece bem, acaba sempre acertando.
Tenho aliados nessa luta é claro, minha mulher e meu filho. Eles são meu lastro, o alicerce da minha vida, o norte pra onde a minha bússola sempre aponta e que me mantém na luta.
Faço triathlon à uns 7 anos e sempre me mantive em uma trajetória ascendente mas é claro que isso não ia durar pra sempre. Tenho sentido o cansaço das temporadas acumuladas, pois apesar de competir pouco, treino bastante justamente por ser essa a única forma que me sinto bem, treinando. Esse cansaço ofuscou o brilho do esporte e fortaleceu o Jack que por vezes quase me convence de largar tudo e é aí que a minha turminha me ajuda.
Meu filho amarra o monitor cardíaco no peito, põe meu relógio, meu boné, meu óculos e corre como louco dizendo que é igual o papai...
Cara! Isso é demais! Bate uma satisfação imensa, um orgulho enorme por ser modelo de algo tão bom para o meu filho, e no dia seguinte, lá estou eu novamente, suando o que posso pra me manter como triathleta e continuar sendo exemplo pro Luca.
O Jack cai nocauteado, atingido por algo que ele nem conhece, o amor. Essa coisa que emana do Luca e da Karol e que me dá forças é a luz que esse meu lado escuro precisa...
Venho tentando me manter focado, estou longe do ideal, mas estou me mantendo... Preciso mesmo é ficar longe de comparações. A média que os outros fazem no pedal de sábado ou a maravilha de corrida que rolou no domingo onde o cara fala que manteve um ótimo ritmo sem mesmo se esforçar, na boa, não me interessa mais.
Isso tira todo o meu foco, afinal, eu tenho que me preocupar é com o meu tempo, a minha força, o meu ritmo e não o dos outros... Quem tá melhor ou pior a gente vê depois da buzina e antes da linha de chegada, não nas conversinhas de vestiário de academia na segunda-feira!
Acho que assim eu conseguirei me manter focado em meus objetivos, mas se alguém tiver mais alguma técnica ou truque pra isso, me passa, estou sempre aberto ao conhecimento.